Machado de Assis
" Considerado o nome mais importante da literatura brasileira, Machado de Assis, nasceu pobre, ficou orfão ainda criança e estudou muito para chegar onde queria. Apesar das tentativas da elite de sua época de embranquecê-lo, sempre teve orgulho de ser negro "
Sua história começou em 1839, no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, durante o Império, quando o Brasil tinha 17 anos como país independente e ainda vivia um dos maiores dramas da humanidade - a escravidão. A vida Machado de Assis trata-se de uma das mais belas demonstrações dadas pela raça humana - ou, melhor dizendo, pela raça negra - de como a genialidade não tem cor e pode, quando aliada a um enorme esforço pessoal, colocar um brasileiro negro de origem humilde ao lado de grandes gênios da literatura mundial .
O menino que nasceu no dia 21 de junho de 1839 ganhou o nome de Joaquim Maria Machado de Assis, escolhido por seu pai, um pintor de paredes negro, e por sua mãe uma lavadeira e portuguesa de Açores. O destino, de início, foi muito pouco generoso com ele : perdeu a mãe muito cedo e o pai aos 12 anos. Com isso, foi criado pela madastra, a negra Maria Inês, que trabalhava como lavadeira. Não bastasse os dramas de infância, o pequeno Joaquim Maria chegou ao mundo numa época de poucos avanços sociais. O Rio de Janeiro daquele tempo carecia de esgoto, transporte, alimentação e sua população era vítima de constantes epidemias. O ensino não era manos precário e a nata da juventude navegava rumo a Universidade de Coimbra e a Europa .
Sua madastra, após a morte de seu pai, havia se mudado com ele para São Cristóvão, também no Rio de Janeiro. Lá, ensinou-o a ler e zelosa, conseguiu mais tarde que ele aprendesse francês com a proprietária de uma padaria. Em troca, o garoto fazia entregas pelas ruas da província. O latim que aprendia na escola pública servia também para o trabalho na Igreja de Lampadosa. Depois que a sacristia fechava, lá ia ele para a biblioteca do gabinete português de literatura deliciar-se com todas as obras disponíveis .
O brasileiro de maior prestígio em nossas letras, em todos os tempos, e tido como o ficcionista mais considerado do idioma lusófono foi o fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, autor de Dom Casmuro , obra reconhecida como de valor inestimável para a cultura nacional, casou-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã de seu amigo e poeta Faustino Xavier de Novais. A paixão do casal foi maior que a resistência da família da moça e o casamento foi importantíssimo para a carreira do autor, pois além de a esposa ter lhe apresentado vários autores portugueses e ingleses, viveram uma vida conjugal perfeita por 35 anos; morou com Carolina desde 1884 no número 18 da rua Cosme Velho, no Rio, onde permaneceu até a morrer, em setembro de 1908, apenas quatro anos após a morte da esposa .
Postado por: Victor Augusto
Nenhum comentário:
Postar um comentário